Na postagem anterior sobre retração do concreto - caso não tenha conhecimento recomendo que leia (clique aqui). Não foi abordado como evitar ou diminuir estes efeitos - lembrando que a postagem citada, aborda resumidamente sobre retração - e nesta publicação irei apresentar uma entre diversas técnicas para este problema. 


Uma proposta para mitigar este fenômeno é a realização da cura interna através da substituição de uma pequena parte do agregado miúdo comum por agregado leve saturado com água (saturado superfície seca). A melhora da hidratação do material cimentício se deve à disponibilidade da água contida nos poros (absorvida durante a saturação) que é liberada lentamente.
O agregado leve funciona como um reservatório e a água absorvida é puxada por capilaridade do agregado para o espaço formado pela água de amassamento consumida na hidratação. No Guia de Agregado Leve para Concreto Estrutural do ACI, esta água não é considerada como parte da mistura (a/c). Para melhorar o desempenho, o agregado leve deve ter alto grau de absorção e capacidade de liberação rápida. A distribuição granulométrica deve ser similar à areia que foi substituída.
Uma vez conhecido o grau de saturação, é possível estimar a massa do agregado leve seco para promover a cura interna adequada. Dois pesquisadores (Zhutovsky e Bentz) sugeriram equações semelhantes que levam em consideração:
  • Massa do material cimentício
  • Retração química. O índice de retração varia conforme mistura de materiais cimentícios (ex: sílica ativa, metacaulim e cinza pozolânica)
  • Grau de hidratação máxima esperada
  • Capacidade de absorção do agregado leve (kg de água por kg de agregado leve seco)
  • Relação a/c
Um exemplo de aplicação da cura interna foi a construção de um pavimento de concreto em Hutchins no Texas, cujo consumo foi de 190.000 m3 de concreto. Análises em campo revelaram uma quantidade mínima de fissuras no pavimento e ensaios indicaram que a resistência à flexão por tração, com 7 dias, alcançou 90% do valor esperado para 28 dias – resultado atribuído à melhor hidratação do cimento.
Apesar de várias pesquisas comprovarem os benefícios da cura interna em laboratório e em campo, os estudos para determinar o prolongamento da vida útil através deste processo ainda continuam.





Crédito/Fonte: Engª. Naguisa Tokudome – Assessora Técnico Comercial Itambé
http://www.cimentoitambe.com.br/cura-interna/

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